Ainda existem dúvidas a respeito das práticas nutricionais adotadas para
um bebê prematuro que não comprometa seu crescimento e desenvolvimento imediato
e ao longo da vida. Tentar encontrar a quantidade de nutrientes adequada e o
ritmo da oferta nutricional ainda é um desafio, já que a criança nascida
prematuramente estará com baixo peso ao nascer e precisará de um aporte de
nutrientes necessário para garantir a vida extra uterina.
E por se tratar de um prematuro, possivelmente alguns órgãos dessa
criança ainda estarão imaturos para conseguir receber e absorver todos os
nutrientes necessários. Logo, é preciso cuidados em oferecer os nutrientes para
não prejudicar a saúde imediata e evitar repercussões que podem ser grandes e
persistentes na vida adulta dessa criança.
Sabe-se que a deficiência ou ausência de nutrientes em um pré termo é
extremamente comprometedor para o desenvolvimento central e cognitivo,
comportamento e crescimento somático. Existem evidências de que carências
nutricionais durante o desenvolvimento cerebral poderia levar a uma redução do
número dessas células. Já um efeito imediato de uma carência nutricional em
fase crítica é a falta de combustível necessário para garantir um bom processo
de crescimento dessa criança nascida com baixo peso.
E ainda, a deficiência de nutrientes pode levar a futuros problemas na
vida adulta como hipertensão arterial, cardiopatias, diabetes tipo 2 ou até
mesmo doenças renais, como mostram alguns estudos, já que um indivíduo com
déficit nutricional na fase onde o desenvolvimento é primordial, seu organismo
cria uma programação metabólica podendo acelerar seu ritmo de crescimento,
influenciando nesses diagnósticos patológicos futuros.
Mas sabe-se também que esses problemas estariam mais associados a
restrições nutricionais do feto, ainda intra útero, do que em crianças nascidas
com baixo peso.
Por outro lado, os benefícios imediatos do crescimento rápido e
compensatório dos recém nascidos prematuros podem minimizar as complicações
relacionadas a sua imaturidade. Porém, até que ponto esse crescimento acelerado
não causaria danos futuros já que, todas as alterações sofridas na fase crítica
de crescimento de um indivíduo são devidamente programadas e marcadas para toda
a vida? Essa é uma pergunta que ainda requer muita pesquisa e estudo, pois já
se mostrou que em animais o resultado é desfavorável a esse crescimento rápido.
Podendo ocorrer aumento de produção de insulina, da expressão gênica da pré
insulina, no sistema cardiovascular e até a obesidade a longo prazo.
O emprego do leite materno da própria mãe para recém nascidos prematuros
é quase unanimidade como o mais indicado entre os autores, porém o ideal é que
esse leite seja suplementado para completar os nutrientes necessários para um
pré termo. Esse leite pode ser oferecido logo ao nascimento por dieta via
enteral ou via parenteral sendo substituída posteriormente.
Acredita-se que o leite humano para prematuros tenha um papel importante
no desenvolvimento do sistema imune diminuindo taxas de infecções e outras
doenças associadas. Além de trazer a mãe a participar ativamente da alimentação
do seu filho mesmo ele não sendo amamentado ao seio.
Não se tem dúvidas quanto a nutrição adequada para manter um recém
nascido prematuro com crescimento adequado, porém o importante é saber quais
serão os impactos futuros que a nutrição excessiva oferecida para esse pré
termo causará no desenvolvimento dessa criança.
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